Figuras de Pensamento

As figuras de pensamento têm como função dar ênfase às ideias e pensamentos através da expressão. Geralmente, quando estamos nos comunicando com outras pessoas ou contando sobre um fato importante, queremos passar o máximo de informações e detalhes para que elas estejam ambientadas.

As figuras de pensamento são:

  • Ironia,
  • Lilotes,
  • Antítese,
  • Paradoxo ou Oximoro,
  • Eufemismo,
  • Hipérbole,
  • Prosopopeia ou Personificação,
  • Apóstrofe
  • Gradação.
 

Tipos de figuras de pensamento


Vamos ver uma a uma a definição e exemplos de cada figura de pensamento:

Figuras de pensamento

Ironia


A ironia é um recurso de linguagem que gera efeitos de sentido opostos às palavras e/ou expressões daqueles que utilizamos habitualmente. Entre as figuras de pensamento, a ironia é a número um das conotativas. Isso significa que, quando utilizamos a ironia, estamos dizendo o contrário do sentido denotativo, satirizando alguma ideia com o objetivo de ridicularizar ou criticar.

Exemplos:
 
Um amigo corta o cabelo e você pergunta: cortou o cabelo?
Ele responde: Não! Tirei para lavar.
 
“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.” (Personagem 'Brás Cubas', no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis.)
 
Vinícius é muito inteligente. Foi reprovado pela terceira vez!


Litotes


A litotes consiste em uma afirmação caracterizada pela negação de seu contrário.

Exemplos:

Aquele escritor não é ignorante, suas obras trazem reflexões muito pertinentes.

Não comprei a melancia porque eu estava a pé, e ela não é uma fruta pequena.
A engenheira não foi nada emotiva diante da difícil situação.
Desse modo, é possível entender que certo escritor é consciente, a melancia é uma fruta grande e a engenheira é racional.

Antítese


A antítese é uma associação de ideias contrárias por meio da aproximação de palavras e/ou expressões com sentidos opostos e que contrastam entre si.

Exemplos:
 
O amor é nada, o respeito é tudo.
 
Enquanto o amor for muito, o valor que se dá será pouco.


Paradoxo ou Oximoro


Assim como a antítese, o paradoxo é uma das figuras de linguagem que faz associação utilizando termos contraditórios. O paradoxo é uma oposição entre termos para construir uma ideia. Assim, o paradoxo sugere uma proposição aparentemente absurda, a qual é o resultado de uma contradição. A principal diferença entre a antítese e o paradoxo é que, na antítese, duas ideias distintas se opõem. Já no paradoxo, a mesma ideia se opõe. Palavras contrárias se associam a um mesmo pensamento. É justamente na incoerência que o paradoxo enfatiza a ideia.

Exemplos:
 
“De uma coisa eu sei: que nada sei.” Ora, como Sócrates pode afirmar na frase que a única coisa que ele sabe, é que ele não sabe de nada?
 
Aprendi a confiar desconfiando.
 
Quanto mais eu amo, menos tenho amor.


Eufemismo


Sabe aquele momento em que é preciso dar uma notícia triste e você procura palavras para amenizar o impacto? O nome dessa mudança é eufemismo. O eufemismo consiste na substituição de palavras ou expressões desagradáveis, impactantes e/ou fortes por outras menos agressivas. Quando utilizamos esse recurso de linguagem, estamos suavizando a ideia original.

Exemplos:

“Marisa se apropriou do dinheiro da irmã de forma indevida”.

O que a frase quer dizer é: Marisa roubou o dinheiro da irmã.

· “Felipe passou dessa para melhor.”

É o mesmo que dizer: Felipe morreu.

· Ele partiu para o andar de cima. (Ele morreu)
Paulo Henrique faltou com a verdade. (Paulo Henrique mentiu)


Hipérbole


A hipérbole é uma das figuras de pensamento que expressa o exagero de forma intencional. Tudo que o eufemismo faz, ele faz ao contrário. O eufemismo tenta deixar a situação mais controlada, a hipérbole quer deixar mais intensa. A hipérbole é uma expressão intencionalmente exagerada para realçar alguma ideia. Isso significa que todas as vezes que nos referimos a algo de modo exagerado criamos uma hipérbole.

Exemplos:
 
“Eu já repeti o teste da habilitação mais de mil vezes e até agora não passei.”
 
Quase morri de susto.
 
Ajudarei minha família eternamente.


Prosopopeia ou Personificação


Consiste na atribuição de características humanas a outros animais e/ou objetos inanimados.

Exemplos:

“A lua me traiu, acreditei que era para valer.”
A lua é um satélite natural do Sistema solar. Um corpo celeste. Ela não pode “trair” as pessoas porque somente os seres humanos têm condições de fazer isso. A lua está sendo utilizada de forma simbólica para se referir a outra situação.
 
O tempo voa.
 
O vento grita e eu me calo.


Apóstrofe


Apóstrofe é uma figura de linguagem realizada por meio do vocativo. Ela é muito utilizada pelos poetas. Trata-se da interpelação de pessoas, sentimento ou objetos com o objetivo de enfatizar uma ideia ou expressão. A apóstrofe caracteriza-se pela invocação do receptor da mensagem, evidenciando a pessoa, o sentimento ou o objeto.

Exemplos:

“Joana, por que você está parada na frente da televisão?”
A palavra “Joana” é o vocativo, pois é para ela que minha mensagem é dirigida. Essa ação de invocar, é conhecida como apóstrofe.
 
Ó, céus! Ó, vida! Ó, Senhor Deus!


Gradação


Quando criamos uma sequência de palavras ou expressões com o intuito de gerar ideias de progressões ascendentes ou descendentes, estamos recorrendo à gradação. Quando a progressão é ascendente (ordem crescente), a gradação é chamada de 'clímax'; quando é descendente (ordem decrescente), é chamada de 'anticlímax'.

Exemplos:
 
“Vim, vi e venci" - Frase atribuída a Júlio Cesar.
 
Ele chorou, gritou, esperneou.


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